Elefantes têm mais empatia que humanos?

Por , em 12.02.2024

Estudos demonstraram que os elefantes, assim como os seres humanos, possuem uma capacidade notável para a empatia. Estes grandes animais são capazes de compreender e sentir empatia pelas emoções não só da sua própria espécie, mas também de outros animais.

Apesar do seu tamanho imponente, os elefantes exibem uma inteligência emocional elevada e estabelecem laços fortes dentro dos seus grupos sociais. O livro “Quando os Elefantes Choram”, de Masson e McCarthy, ilustra um episódio onde um grupo de elefantes se reúne em torno de uma líder doente, tocando-a com carinho e tentando alimentá-la, reconhecendo o seu estado debilitado.

As pesquisas também revelaram que os elefantes são hábeis em perceber os estados emocionais dos outros em seu grupo, levantando comparações interessantes com a empatia humana.

A Natureza Empática dos Elefantes

Os elefantes são reconhecidos por sua empatia, atribuída às suas complexas estruturas cerebrais e alta inteligência emocional. O cérebro de um elefante está entre os maiores do reino animal, pesando cerca de 11 libras e contendo aproximadamente 257 bilhões de neurônios – três vezes mais que o cérebro humano. A estrutura do cérebro do elefante compartilha muitas semelhanças com a dos humanos.

Alex Van der Walt, graduado em ciências animais e escritor do Animals Around The Globe, observa: “O córtex cerebral do elefante, embora tenha apenas um terço dos neurônios encontrados no cérebro humano, é essencial para funções cognitivas avançadas como memória, lógica, pensamento, aprendizado, tomada de decisões, emoções e inteligência.”

O debate sobre se os elefantes são mais empáticos que os humanos é subjetivo. Van der Walt acredita que, devido às suas frequentes experiências com a morte, desafios de sobrevivência e dependência do grupo, os elefantes podem formar conexões mais fortes com seus membros e vivenciar o luto mais intensamente do que os humanos ao perderem um membro.

Expressão de Emoções nos Elefantes

Os elefantes demonstram seus sentimentos de perda e luto de diversas maneiras. Por exemplo, se um membro do grupo está ferido e se move mais lentamente, todo o grupo reduzirá seu ritmo para permanecer unido.

Além disso, se um elefante fica preso na lama ou em uma armadilha, outros membros tentarão resgatá-lo. Van der Walt adiciona: “O grupo atende aos chamados de angústia do elefante preso e vem em seu auxílio.”

Os elefantes também lamentam a perda de um membro do grupo. Van der Walt descreve como eles podem inclinar a cabeça sobre o falecido enquanto mantêm o silêncio e, às vezes, tocam o corpo com suas trombas para expressar sua tristeza.

Além do luto, os elefantes demonstram inteligência e interação social de inúmeras maneiras.

Ronald Oldfield, instrutor sênior da Case Western Reserve University Department of Biology, explica: “Os elefantes comunicam suas emoções por meio de diferentes sons, como a trombeta, e pela linguagem corporal. O contato gentil com as trombas entre os elefantes é um sinal de bondade e cuidado.”

Eles também usam vocalizações variadas e movimentos de tromba para se comunicar. Oldfield afirma: “O volume, o tom e a frequência desses sons indicam suas emoções.” Por exemplo, uma trombeta alta e aguda pode significar que um elefante está com dor. “A matriarca, ou líder, pode orientar os mais jovens na direção certa ou ajudá-los a subir uma encosta íngreme.”

Comparando a Empatia de Elefantes e Humanos

A natureza empática dos elefantes deve-se, em grande parte, à sua dinâmica social e estruturas de grupo complexas, essenciais em ambientes como florestas.

Oldfield comenta: “Embora os níveis de empatia possam variar entre indivíduos, tanto em humanos quanto em elefantes, determinar conclusivamente uma espécie mais empática do que outra por meio de experimentação é desafiador.”

Ele conclui que animais, incluindo elefantes, habitam ambientes diversos e podem reagir a estímulos de maneiras não totalmente compreendidas pelos humanos, complicando ainda mais as comparações de empatia entre as espécies. [Discover Magazine]

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