Enorme estrutura circular de fossas anteriormente escondidas é descoberta perto de Stonehenge

Por , em 23.06.2020

Arqueólogos de uma equipe internacional descobriram uma estrutura circular de fossas de cerca de 4.500 anos próxima ao famoso sítio neolítico de Stonehenge, no Reino Unido.

Utilizando radar de penetração no solo e análise de amostras colhidas nos locais, os cientistas identificaram 20 buracos enormes, localizados em pontos ao longo de um círculo com mais de dois quilômetros de diâmetro.

Para que serviam?

Inicialmente, os pesquisadores pensaram que se tratava de buracos naturais na terra, como sumidouros. Eventualmente, perceberam que as fossas haviam sido cavadas por pessoas. Ao longo de milhares de anos, no entanto, acabaram preenchidas.

Elas possuem, no geral, 10 metros de diâmetro e mais de 5 metros de profundidade. Técnicas de escaneamento por radar e magnetometria indicaram que os poços foram intencionalmente escavados até essa fundura.

Uma vez que os sítios arqueológicos pré-históricos de Durrington Walls e Woodhenge ficam dentro do círculo, com a passagem fechada de Larkhill na fronteira, os pesquisadores creem que os poços foram deliberadamente posicionados. Talvez cercassem Durrington Walls, onde viviam os construtores de Stonehenge, com Larkhill servindo de portão.

Enquanto a escavação de fossas foi uma atividade tradicionalmente utilizada por seres humanos ao longo de milhares de anos, os cientistas dizem nunca ter visto nada igual. Mais estudos serão necessários para entendermos a função desses poços em específico.

Uma hipótese, por exemplo, é que eles podem ter sido usados para guiar as pessoas a locais sagrados, ou até mesmo como uma alerta para permanecerem longe.

Fonte rica de informações

Os arqueólogos pensam que até 30 fossas foram construídas no local, mas apenas parte do círculo foi descoberto (ou seja, 20 delas) porque o resto está agora debaixo de construções civis modernas.

De acordo com o cientista de materiais Tim Kinnaird, da Universidade de St. Andrews, no Reino Unido, uma vez que os poços foram preenchidos com sedimentos ao longo do tempo, esse material deve servir como um “rico e fascinante arquivo de informações ambientais anteriormente desconhecidas”.

“Criando perfis a partir da datação de luminescência opticamente estimulada, podemos escrever narrativas detalhadas da paisagem de Stonehenge nos últimos 4.000 anos”, explicou.

Por enquanto, os pesquisadores só fizeram datação por radiocarbono em alguns dos sedimentos, ossos e pedras encontrados nas fossas, chegando a uma idade estimada de 4.500 anos.

Feito de engenharia

Além de oferecer insights sobre a paisagem local ao longo do tempo, a descoberta das fossas também coloca em perspectiva a maestria em engenharia do povo neolítico vivendo na Planície de Salisbury milhares de anos atrás.

Simplesmente é impossível que as fossas tenham sido espaçadas e cavadas do jeito que foram sem a aplicação de habilidades matemáticas e de engenharia.

A 3,2 quilômetros sudoeste de Durrington Walls fica Stonehenge, outra maravilha da engenharia construída na mesma época, talvez pelas mesmas pessoas.

A icônica estrutura, como um todo, deve servir como um indicador de como era a vida no período neolítico, que durou até cerca de 1.700 aC nessa região da Europa.

Um artigo sobre a pesquisa foi publicado na revista científica Internet Archaeology. [ScienceAlert]

Deixe seu comentário!