Estudo com mil casais mostra que tratamento comum para o HIV elimina 100% do risco de transmissão do vírus

Por , em 8.05.2019

Um novo estudo conduzido por pesquisadores da Universidade College London (Reino Unido) e da Universidade de Copenhague (Dinamarca) conclui que um tratamento comum para o HIV pode deter a epidemia da AIDS de uma vez por todas.

A pesquisa durou oito anos e monitorou a saúde e a atividade de quase mil casais gays em toda a Europa.

Cada casal era composto por uma pessoa soronegativa e uma pessoa soropositiva que estava em tratamento eficaz contra a AIDS e tinha quantidades mínimas do vírus na corrente sanguínea.

Durante todo o período do estudo, houve zero casos de infecção entre os casais, independentemente da quantidade de contato sexual.

Combatendo o estigma

Pesquisas anteriores já haviam comprovado a eficácia do tratamento entre casais heterossexuais. O novo estudo mostra que os tratamentos antirretrovirais são tão eficazes em casais homossexuais quanto em heterossexuais.

“Nossas descobertas fornecem evidências conclusivas para homens gays de que o risco de transmissão do HIV com terapia antirretroviral supressiva é zero”, disse a principal autora do estudo, Alison Rodger, da Universidade College London.

Essa conclusão foi endossada por mais de 780 organizações de HIV em 96 países e pode ajudar a acabar com a pandemia da doença, prevenindo a transmissão da AIDS e combatendo o estigma e a discriminação que muitas pessoas com HIV enfrentam.

“O aumento dos esforços deve agora concentrar-se na disseminação mais ampla desta poderosa mensagem e assegurar que todas as pessoas soropositivas tenham acesso a testes, tratamento eficaz, apoio e acesso aos cuidados para ajudar a manter uma carga viral indetectável”, completou Rodger.

O Dr. Michael Brady, diretor médico da Terrence Higgins Trust, ecoa as palavras da pesquisadora: “É impossível exagerar a importância dessas descobertas. O estudo nos deu a confiança de dizer, sem dúvida, que as pessoas vivendo com HIV que estão em tratamento eficaz não podem transmitir o vírus para seus parceiros sexuais. Isso tem um impacto incrível na vida das pessoas que vivem com HIV”.

O estudo foi detalhado em um artigo publicado na revista científica The Lancet. [GoodNewsNetwork]

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