Estudo identifica os maiores fatores de risco para você desenvolver Alzheimer cedo

Por , em 8.01.2024

Pesquisas recentes apontam que o horário em que realizamos nossas refeições influencia diretamente na habilidade do nosso organismo de regular o peso. Esse impacto ocorre em três áreas fundamentais: na velocidade com que queimamos calorias, no nível de apetite e no método pelo qual o corpo armazena gordura.

Considerando que a obesidade é uma condição que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, compreender esses aspectos pode ser uma chave importante para reduzir o risco de obesidade de uma maneira relativamente simples: ajustando o horário das refeições para mais cedo.

Estudos anteriores já haviam estabelecido uma ligação entre o momento das refeições e o aumento do peso. No entanto, este estudo em particular procurou investigar mais a fundo essa relação, focando nos fatores biológicos que a sustentam.

Frank Scheer, neurocientista do Brigham and Women’s Hospital em Boston, explicou em 2022, quando o estudo foi publicado: “Nosso objetivo era investigar os mecanismos que podem explicar por que comer tarde aumenta o risco de obesidade. Pesquisas anteriores, realizadas por nós e outros grupos, já haviam mostrado que há uma associação entre refeições tardias e um aumento no risco de obesidade, maior acúmulo de gordura corporal e dificuldades no sucesso da perda de peso. Queríamos entender o porquê disso.”

O estudo foi conduzido de maneira rigorosa, com a participação de 16 indivíduos classificados como sobrepesos ou obesos de acordo com o Índice de Massa Corporal (IMC).

Cada voluntário participou de dois experimentos diferentes, cada um com duração de seis dias. Antes de cada teste, o sono e a alimentação dos participantes foram estritamente controlados, com um intervalo de várias semanas entre cada experimento.

Em um dos experimentos, os participantes seguiram um horário de refeições convencional: café da manhã às 9h, almoço às 13h e jantar por volta das 18h. No outro, as refeições foram adiadas (almoço por volta das 13h e jantar por volta das 21h).

Por meio de amostras de sangue, questionários e outras medições, a equipe conseguiu fazer várias observações.

Notou-se que, ao comer mais tarde, os níveis do hormônio leptina, responsável pela sensação de saciedade, eram menores ao longo de 24 horas. Isso indica que os participantes poderiam sentir mais fome. Além disso, a taxa de queima de calorias era mais lenta.

Os testes também mostraram que a expressão gênica no tecido adiposo, que influencia como o corpo armazena gordura, aumentou o processo de adipogênese (formação de tecido adiposo) e diminuiu a lipólise (quebra de gordura).

Esses resultados sugerem a existência de mecanismos fisiológicos e moleculares que aumentam o risco de obesidade.

Scheer destacou: “Nós controlamos variáveis ​​confundidoras como ingestão calórica, atividade física, sono e exposição à luz no estudo. No entanto, na vida real, muitos desses fatores podem ser influenciados pelo horário das refeições.”

A obesidade pode levar a outros problemas de saúde, incluindo diabetes e câncer. Portanto, encontrar maneiras de prevenir seu desenvolvimento é crucial para a saúde global.

Este estudo mostra que comer mais cedo no dia pode afetar três fatores-chave relacionados ao equilíbrio energético e ao risco de obesidade, sendo uma mudança talvez mais simples de gerir do que aderir a uma dieta ou regime de exercícios.

Para pesquisas futuras, a equipe deseja incluir um número maior de mulheres (apenas 5 das 16 voluntárias neste estudo eram mulheres) e analisar como mudanças no horário de dormir em relação ao horário das refeições podem também influenciar esses processos.

Scheer acrescentou: “Em estudos de maior escala, onde o controle de todos esses fatores não é viável, devemos pelo menos considerar como outras variáveis ​​comportamentais e ambientais alteram esses caminhos biológicos associados ao risco de obesidade.” [Huffpost]

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