Estas são as imagens mais gloriosamente estranhas já tiradas de Marte
Marte é um planeta relativamente pequeno e rochoso como a Terra, mas as semelhanças basicamente acabam por aí. Apesar de compartilhar algumas características conosco, as sondas e rovers espaciais que já lançamos ao nosso vizinho tiraram muitas fotos estranhas que indicam que, de várias maneiras, o planeta vermelho também é bem diferente de nós.
O portal Science Alert selecionou alguma das imagens mais “alienígenas” já feitas de Marte:
Cratera de gelo
A cratera de Korolev tem 1,8 km de espessura, até 60 km de diâmetro e um volume de cerca de 2.200 quilômetros cúbicos. Ela não fica longe da calota de gelo do Polo Norte de Marte, uma área de 81,4 quilômetros de diâmetro que fica congelada o ano todo.
Parece pouco em comparação com a Antártica, por exemplo, mas não deixa de ser impressionante por se encontrar em um planeta tão árido quanto Marte.
Essa bela imagem de Korolev foi tirada pelo Mars Express da agência espacial europeia ESA.
Eclipses lunares parciais
Nós humanos somos privilegiados quando se trata de eclipses lunares. Aqui na Terra, a relação da distância entre a Terra e a lua versus a distância da Terra ao sol é quase exatamente a mesma que a relação de tamanho entre a lua e o sol. Isso significa que, quando a lua passa na frente do sol, o cobre completamente.
Essa é uma coincidência que não ocorre em todos os planetas. No caso de Marte, quando suas duas luas (Phobos e Deimos) passam entre o planeta e sol, o eclipse é bem menor, ou seja, apenas parcial.
Algumas dessas passagens, chamadas pelos cientistas de “trânsitos”, já foram registradas pelo rover Curiosity da agência espacial norte-americana, a NASA.
Logo da Frota Estelar de Stark Trek
Essa imagem mostra a Hellas Planitia, também chamada de Bacia de Impacto Hellas, uma imensa bacia de impacto circular localizada no hemisfério sul de Marte.
A foto acima se tornou viral na internet no ano passado por uma razão bastante curiosa: parece o logo da Frota Estelar da famosa série de ficção científica Star Trek.
Tais formações marcianas são conhecidas como “dunas fantasmas” e foram “esculpidas” por fluxos de lava antigos passando ao redor de dunas que costumavam existir na paisagem do planeta. Quando a areia foi soprada para longe, permaneceu apenas a impressão da lava que percorreu dunas que não estão mais lá.
Buraco bizarro
O que é essa montanha em forma de cone com um buraco no topo?
A característica geológica da fotografia acima é muito bizarra, mesmo para um planeta como Marte.
Situada ao lado de um vulcão em escudo gigante (um tipo de vulcão normalmente constituído quase inteiramente por fluxos fluidos de lava, cuja forma lembra a de um escudo deitado), tal característica é chamada de “claraboia de tubo de lava”, e é oca porque às vezes os fluxos de lava se solidificam na superfície enquanto o fluxo continua abaixo, deixando para trás espécies de “tubos”. Se alguma seção da superfície entra em colapso, acaba abrindo uma claraboia para o túnel abaixo.
Essa claraboia é muito maior do que qualquer tubo de lava encontrado na Terra, e sua forma cônica é extremamente estranha. Um verdadeiro mistério marciano.
Cratera de impacto recente extraordinária
Marte não possui uma atmosfera tão protetora quanto a da Terra. Como resultado, muitas mais rochas espaciais caem em sua superfície, que é recheada de crateras de impacto.
A da imagem acima foi criada em algum momento entre setembro de 2016 e fevereiro de 2019. As cores da fotografia foram realçadas artificialmente para revelar a onda de impacto, ou seja, como a queda do objeto empurrou a poeira da superfície para revelar a camada escura por baixo.
Uma vez que a cratera possui aproximadamente 15 a 16 metros de largura, o objeto que a causou deveria ter apenas cerca de 1,5 metros de comprimento, embora fosse muito denso. Uma rocha espacial desse tamanho simplesmente se desintegraria ao cruzar a atmosfera da Terra, jamais atingindo a superfície do nosso planeta.
O pôr-do-sol azul marciano
Quando o sol se põe em Marte, ao invés das cores avermelhadas que observamos ao pôr-do-sol na Terra, o céu fica azul.
Este fenômeno tem a ver com partículas na atmosfera.
Na Terra, partículas menores de gás na atmosfera dispersam a luz azul com mais eficiência, e é por isso que nosso céu parece azul. Durante o nascer e o pôr-do-sol, no entanto, a luz tem que percorrer uma distância maior para atravessar a atmosfera terrestre e alcançar nossos olhos. Como apenas os comprimentos de onda vermelhos podem viajar tão longe, o céu adquire tons amarelos, alaranjados e vermelhos.
Em Marte, o oposto acontece. Sua atmosfera é cheia de partículas de poeira muito maiores do que as partículas de gás terrestres. Estas dispersam comprimentos de onda vermelhos com mais eficiência, de forma que o céu marciano é normalmente amarronzado, e fica azul durante o nascer e o pôr-do-sol.
Belo padrão de erosão
Esta imagem mostra o complexo terreno do Juventae Chasma, um desfiladeiro de 250 km de comprimento escavado na superfície de Marte.
Ele possui muitas características interessantes, incluindo o que poderia ser um canal “invertido”, formado quando a área ao redor de um terreno baixo se deteriorou, de modo que o canal se tornou mais alto. Além disso, buracos e falhas no terreno revelam camadas distintas semelhantes às encontradas em rochas sedimentares da Terra, reveladas pela erosão do vento.
Os cientistas não sabem qual processo criou essas camadas em Marte, mas elas são comuns em vários tipos de terreno.
“Chuva de areia”
Se você não gosta de chuva, pode considerar se mudar para Marte com a turma do Elon Musk, já que não cai uma gota por lá há muito tempo.
E é exatamente por isso que existem dunas em formato de gotas de chuva na cratera marciana Copernicus.
Essas dunas são ricas em um mineral chamado olivina, encontrado em rochas ígneas. É, por exemplo, o mineral mais comum no manto da Terra. Já na superfície do nosso planeta, quase não há olivina. Ela seca rapidamente, principalmente na presença de umidade, transformando-se em argila.
Marte, como você sabe, é superseco. Logo, essas dunas de olivina podem permanecer na superfície por muito tempo, e curiosamente tem um formato que lembra a chuva que nunca cai por lá. [ScienceAlert]