Hubble faz novas fotos impressionantes das auroras de Saturno

Por , em 3.09.2018

Uma nova série de fotos tiradas pelo espectrógrafo do Telescópio Espacial Hubble mostra as deslumbrantes auroras de Saturno em maiores detalhes.

Durante um período de sete meses em 2017, o telescópio estudou as auroras antes e depois do solstício de verão no hemisfério norte do planeta, o melhor momento para visualizá-las:

Auroras no espaço

Aqui na Terra, as auroras são geradas por ventos solares, que interagem com partículas carregadas em nossa magnetosfera. Essas partículas carregadas entram na ionosfera e viajam ao longo das linhas do campo magnético até os polos, onde interações com partículas como oxigênio e nitrogênio se manifestam como luzes no céu.

Outros planetas do sistema solar também têm auroras, como Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Alguns exoplanetas também mostram evidências de atividade auroral.

No entanto, elas não são exatamente iguais às nossas auroras. A aurora permanente de Júpiter, por exemplo, não é causada pelo vento solar, mas por algum mecanismo misterioso que os cientistas ainda não desvendaram.

E, enquanto o anel auroral principal de Saturno parece ser gerado por vento solar, alguns “pedaços” de aurora no planeta não são. Outro mistério ainda sem solução.

Como a imagem foi feita?

Ao contrário das auroras da Terra, as de Saturno (e dos outros planetas do sistema solar) não podem ser observadas na luz visível, uma vez que as interações que as causam são em grande parte baseadas em hidrogênio.

Contudo, o espectrógrafo do Hubble pode vê-las no comprimento de onda ultravioleta em que aparecem. Para fazer essas imagens, os dados ultravioleta das auroras são adicionados aos dados ópticos do planeta em um composto impressionante.

As observações também foram programadas para coincidir com a última missão, chamada de Grand Finale, da sonda Cassini, na qual ela fez as observações mais próximas dessa região.

Todos esses fatores combinados levaram a novas informações sobre a atividade auroral de Saturno. “A variabilidade das auroras é influenciada tanto pelo vento solar quanto pela rápida rotação de Saturno, que dura apenas cerca de 11 horas”, escreveram os cientistas do Hubble em um comunicado. “Além disso, a aurora do norte exibe dois picos distintos de brilho – ao amanhecer e pouco antes da meia-noite. O último pico, recém-descoberto, parece específico à interação do vento solar com a magnetosfera no solstício de Saturno”.

Observações anteriores das auroras de Saturno haviam revelado a presença de atividade de ondas de rádio (também associadas a auroras na Terra) e uma assimetria polar auroral que indica um campo magnético irregular. [ScienceAlert]

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