Ficção virando realidade: estudantes conseguem controlar baratas com suas mentes

Por , em 2.07.2015

Como uma das criaturas mais odiadas do planeta, você provavelmente não vai ligar para o PETA e gritar “Crueldade animal!” depois de descobrir que estudantes na China desenvolveram um sistema que lhes permite controlar os movimentos de baratas usando seus próprios pensamentos. Efetivamente, o que eles alegam ter feito é transformar o inseto em um animal-máquina.

Esta não é a primeira vez que cientistas brincam com cérebros de baratas. Em novembro passado, uma equipe da Universidade Estadual da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, criou “baratas ciborgues”, que foram equipadas com pequenas mochilas que orientavam os animais em direção a certos sons, como os gritos de alguém preso por um terremoto. Depois disso, em março, pesquisadores da Universidade Texas A & M, também nos EUA, superaram esta inovação ao conceber um sistema híbrido que permitiu aos pesquisadores estimular remotamente o cérebro do inseto e, assim, orientá-lo à distância. A meta das pesquisas era ajudar a salvar vidas em caso de desastres.

Da ficção para a realidade

Se você acha que essa ideia não lhe é estranha, deve ser porque assistiu o filme “O Quinto Elemento” e está lembrando desta cena:

Agora, inspirado no sistema de “interface cérebro-cérebro” a que fomos apresentados no filme “Avatar”, um grupo de estudantes de engenharia da Universidade Shanghai Jiao Tong criou sua própria versão de mecanismo de interação com estes seres asquerosos. O sistema permite que um usuário humano guie uma barata usando sua mente e foi considerado tão impressionante que ficou em segundo lugar num concurso de vídeo de estudantes promovido pela Associação de Robótica e Automação do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos, uma instituição norte-americana sem fins lucrativos.

Para unir os dois cérebros, a barata primeiro passa por uma cirurgia, na qual um minúsculo eletrodo é inserido em um nervo que pega informações das antenas. Um usuário humano é, então, equipado com um equipamento que capta e grava suas ondas cerebrais. Após a pensar especificamente sobre a intenção de se mover, o que é auxiliado por algum estímulo visual, um computador decodifica os padrões de atividade elétrica cerebral e reconhece a direção de movimento pretendida pelo usuário.

Após a tradução, os sinais são transmitidos via conexão sem fio a uma mochila eletrônica encaixada sobre a barata, fazendo com que o microeletrodo envie um impulso eléctrico para estimular o nervo antenal. Voilá! O pequeno inseto se move na direção desejada.

Até agora, os estudantes conseguiram orientar baratas individuais para trilhar tanto caminhos em forma de S quanto em forma de Z, mas seu trabalho ainda não acabou. Com mais apuramento da técnica, a equipe espera ser capaz de controlar vários insetos ao mesmo tempo. Em última análise, os alunos acreditam que essas baratas controladas pela mente também possam ser utilizadas em missões de busca e salvamento. [IFLS]

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