Por que tudo gira no universo?
Do micro ao macro, tudo gira no universo: os elétrons em torno de núcleos, luas em torno de planetas, planetas em torno de estrelas, estrelas em torno de galáxias…
Por quê?
Essa é uma questão que não pode ser respondida sem que voltemos ao início de tudo.
Antes do nosso universo ser preenchido com matéria, antimatéria e radiação, estava em um estado de rápida expansão, onde a única energia encontrada no espaço-tempo era a energia intrínseca ao próprio espaço.
Este foi o período de inflação cósmica que deu origem ao Big Bang que identificamos com o nascimento do que chamamos de nosso universo. Durante este tempo, tanto quanto podemos dizer, flutuações quânticas foram produzidas, mas não podiam interagir umas com as outras, já que a expansão do espaço era demasiado rápida. Ela também era a mesma em todos os lugares e em todas as direções, sem eixo preferencial de qualquer tipo.
Quando a inflação acabou, a energia intrínseca do espaço foi convertida em matéria, antimatéria e radiação, e essas flutuações quânticas deram origem a regiões superdensas ou pouco densas no universo em rápida expansão. Isto é o que nós chamamos de Big Bang.
Desde o início, todas as partículas fundamentais nascem com um momento angular intrínseco: uma propriedade conhecida como spin (em português, algo como “giro” ou “rotação”) que não pode ser separada da própria partícula (somente o bóson de Higgs, de todas as partículas fundamentais, tem um spin que é intrinsecamente zero).
Quando estas partículas são criadas, não fazem isso orbitando qualquer outra, porque não tiveram a oportunidade de interagir com outras ainda. Mas elas já nascem com energias cinéticas intrínsecas e em locais com densidades variáveis.
No começo do universo, conforme as partículas que nasciam colidiam e interagiam gravitacionalmente, as regiões mais densas atraíam mais e mais matéria e energia, enquanto as menos densas ficavam ainda mais escassas. Com isso, as diferenças gravitacionais entre elas foram aumentando cada vez mais.
A menos que duas dessas fontes gravitacionais sejam ambas perfeitamente esféricas e se movam em uma velocidade ao longo da linha imaginária que as liga (o que é extremamente improvável), elas vão exercer um certo tipo de força sobre a outra: a força de maré.
Cada porção de matéria e energia que se move relativamente não alinhada com qualquer outra porção de matéria e energia provoca uma interação gravitacional que cria um “torque” – um momento angular, uma grandeza vetorial da física que afeta cada pedaço de matéria que conhecemos.
Conforme o tempo passa e o colapso gravitacional acontece, estas pequenas quantidades de momento angular – 50% das quais devem ser no sentido horário e 50% no anti-horário – são suficientes para causar aglomerados imensos de matéria a rodar muito lentamente.
E eles continuam rodando, por causa do que chamamos de quantidades conservadas. Você provavelmente está familiarizado com a conservação de energia: a afirmação de que a energia não pode ser criada ou destruída. O momento angular também é uma dessas quantidades (que você pode observar na prática olhando uma patinadora puxando seus braços e pernas para perto de seu corpo).
Ao mudar o que é conhecido como o momento de inércia (trazendo sua distribuição de massa mais perto de seu eixo de rotação), a conservação do momento angular determina que sua velocidade angular (ou velocidade de rotação) deve aumentar para compensar:
Estrelas, planetas, luas e mesmo galáxias – todo sistema conhecido no universo – têm experimentado essas forças de maré, e tem uma quantidade diferente de zero do momento angular em relação a outros objetos no universo.
Em resumo, gravitação, torques e a conservação do momento angular são os motivos pelos quais tudo gira no universo. [medium]
10 comentários
O assunto é de cunho tanscendental ao conhecimento da mente humana que jamais terá condições no atual estágio de evolução de compreender a Fonte de origem de tudo o que existe…
“Sem saber que era impossível, o cientista foi lá e fez.”
O que é impossível para quem sabe pouco, pode se tornar não só possível, como perfeitamente factível para quem estuda e compreende o assunto.
Concordo em gênero, número e grau, meu caro!! O ser humano dito científico, possui o sonho de Fausto, o mito alemão.
Bla bla bla bla… “Não entendo nada disso que você falou, portanto deus criou o universo”… bla bla bla bla…
Toeria não é ciência empírica. As pessoas se acostumaram a simplesmente acreditar em qualquer teoria vinda de pessoas com notoriedade, sem grandes questionamentos. Por exemplo, se um médico diz que suco de laranja engorda e diz uma teoria até mesmo bem lógica, muita gente deixar de tomar suco, como se a teoria dele. Não sou um cara totalmente cético, pois ser ser cético ou crédulo demais é uma posição simples e prática que não requer muito raciocício.
Está confundindo teoria no popular com teoria cientifica, se sai uma teoria é porque ela foi testada, passou por metodo cientifico e revisão por pares, teoria cientifica não é um medico ou um cientista acordar de manha e falar algo simplesmente, se um medico fala que suco de laranja engorda é porque testou e verificou isso.
Flavio, em ciência uma teoria é uma ideia que já foi testada e não foi refutada. Se o médico citar um estudo apontando que o cigarro causa câncer, então é melhor manter distância do cigarro.
Agora, se uma atriz famosa diz que o medicamento x ajuda a manter a forma, você tem razão de desconfiar do que ela disse, MAS O QUE ELA DISSE NÃO CONSTITUI UMA TEORIA.
Engano seu. Big Bang é um termo associado erroneamente à uma pessoa, sendo que ele é sustentado por quase todas as Teorias cosmológicas.
De forma real, o Big Bang, é como a Evolução. Apesar do termo ser atribuído à um, é sustentado por quase todos os estudos da área. 🙂
Legal o texto, muito obrigado!