Estudo descobre que ter mais amigos pode significar sentir menos dor

Por , em 1.05.2016

Novo estudo publicado na revista Scientific Reports afirma que ter mais amigos pode fazer uma pessoa se sentir melhor, ou pelo menos sentir menos dor.

Os participantes que tinham redes sociais maiores pareciam ter também uma maior tolerância para a dor.

Endorfina

Os pesquisadores mediram os níveis de produtos químicos do cérebro chamados endorfinas. As endorfinas estão ligadas a sentimentos de prazer, bem como sentimentos reduzidos de dor.

Em estudos anteriores em animais e seres humanos, os níveis de endorfina foram associados à união social.

O objetivo do novo estudo foi testar a ideia de que interações sociais desencadeiam emoções positivas porque as interações fazem com que as endorfinas se liguem a certos receptores no cérebro.

Como endorfinas atuam como um analgésico natural do corpo, os pesquisadores usaram a tolerância à dor para medir os níveis da substância.

O experimento

101 jovens participaram da pesquisa. Para começar, os participantes preencheram um questionário sobre suas vidas sociais e responderam a várias perguntas sobre seu estilo de vida e personalidade.

Depois, para medir a sua tolerância à dor, os pesquisadores pediram aos participantes para fazer um teste: ficar cócoras contra uma parede com os joelhos em um ângulo de 90 graus e as costas retas por quanto tempo aguentassem.

Resultados

Os participantes que suportavam o teste por um longo período também tendiam a ter redes sociais mais amplas. O nível de condicionamento físico do participante não pareceu afetar os resultados do teste.

Os pesquisadores também descobriram que as pessoas que estavam geralmente mais aptas fisicamente tendiam a ter menores círculos sociais. Talvez pessoas que se exercitam com mais frequência tenham menos tempo para socializar.

Outra explicação pode ser que ambos exercícios físicos e interações sociais promovem a liberação de endorfinas no cérebro, e algumas pessoas usam o exercício como um meio alternativo de obter a sua endorfina, em vez de socializar, como sugere Katerina Johnson, estudante de doutorado em psicologia experimental da Universidade de Oxford (Reino Unido) e principal autora do estudo, em um comunicado.

As pessoas que relataram níveis mais elevados de estresse também tendiam a ter menores círculos sociais.

Causa x efeito

Os pesquisadores afirmam que o estudo não prova uma relação de causa e efeito entre a tolerância à dor e tamanho da rede social. Mais pesquisas são necessárias para entender exatamente como a rede social de uma pessoa afeta seus níveis de endorfina.

A compreensão destes mecanismos é importante, no entanto. “Como espécie, nós evoluímos para prosperar em um ambiente social rico, mas, nesta era digital, as deficiências em nossas interações sociais podem ser um dos fatores negligenciados que contribuem para o declínio da saúde”, explica Johnson. [LiveScience]

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