Um novo planeta está prestes a nascer e astrônomos têm imagens incríveis dele

Por , em 26.07.2023

Dois poderosos telescópios detectaram uma estrela estranhamente cintilante, revelando um fenômeno raro e fascinante. O sistema estelar em questão, localizado a cerca de 5.000 anos-luz da Terra, na constelação Monoceros, é chamado de V960 Mon. Em 2014, os astrônomos notaram um aumento repentino em seu brilho, seguido por um desvanecimento gradual ao longo de vários meses. Estudos sugeriram a influência de uma estrela companheira invisível que exercia forças gravitacionais sobre V960 Mon, fazendo com que acumulasse gás e poeira, resultando em flutuações de brilho e crescimento.

Observações recentes realizadas com o Very Large Telescope do European Southern Observatory e o Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA) no Chile revelaram detalhes intrigantes sobre o sistema estelar. V960 Mon não possui apenas uma estrela companheira intrometida, mas também exibe uma estrutura complexa de braços espirais semelhantes a galáxias se estendendo para o espaço. Esses braços parecem estar canalizando gás e poeira, formando aglomerados maciços do tamanho de planetas.

A descoberta desses aglomerados é especialmente importante, pois representa a primeira detecção de tais formações ao redor de uma estrela jovem, o que pode levar ao nascimento de planetas gigantes. Os pesquisadores observaram a presença de pelo menos quatro braços espirais emanando de V960 Mon, alguns se estendendo ainda mais do que a largura de nosso sistema solar. Ao examiná-los mais de perto com o telescópio ALMA, os espirais foram observados se fragmentando lentamente, com gás e poeira se unindo para formar aglomerados substanciais.

Com base em suas pesquisas, que foram publicadas no The Astrophysical Journal Letters, a equipe acredita que esses aglomerados estão prestes a entrar em colapso e se transformar em planetas gigantes, possivelmente atingindo o tamanho de Júpiter. A descoberta tem implicações significativas para o modelo de instabilidade gravitacional da formação de planetas, sugerindo que planetas recém-nascidos podem surgir quando grandes quantidades de matéria na órbita de uma estrela jovem se contraem e colapsam.

No centro desta imagem está a jovem estrela V960 Mon. Observações obtidas com o Very Large Telescope do ESO, representadas em amarelo nesta imagem, mostram que material empoeirado orbitando a jovem estrela está se agrupando em uma série de braços espirais que se estendem a distâncias maiores que todo o Sistema Solar. Enquanto isso, as regiões em azul representam dados obtidos com o Atacama Large Millimeter/submillimeter Array, revelando grandes aglomerados empoeirados que poderiam colapsar para formar planetas gigantes com aproximadamente o tamanho de Júpiter. (Crédito da imagem: ESO/ALMA (ESO/NAOJ/NRAO)/Weber et al.)

O autor principal do estudo, Philipp Weber, da Universidade de Santiago, Chile, expressou entusiasmo ao testemunhar a instabilidade gravitacional ocorrendo em escalas planetárias pela primeira vez por meio dessas observações. Os resultados não apenas fornecem uma imagem cativante para os astrônomos, mas também dão forte suporte às teorias atuais sobre a formação de planetas.

O achado do sistema estelar V960 Mon tem instigado a comunidade científica e fornecido informações valiosas sobre a formação de planetas e a dinâmica das estrelas jovens. Essa descoberta inédita de aglomerados gasosos ao redor de uma estrela jovem, com potencial para se tornarem gigantescos planetas semelhantes a Júpiter, impulsiona os estudos no campo da astronomia e astrofísica.

Os astrônomos estão particularmente intrigados com a presença dos quatro braços espirais, estendendo-se a distâncias maiores do que aquelas do nosso sistema solar. Essa característica única pode fornecer pistas sobre os processos físicos e gravitacionais envolvidos na formação desses braços e sua influência na evolução da estrela e dos planetas em sua órbita.

A teoria de instabilidade gravitacional, reforçada por essa descoberta, sugere que as perturbações gravitacionais no disco protoplanetário de uma estrela jovem podem levar ao acúmulo de material em aglomerados, eventualmente resultando na formação de planetas gigantes. Isso oferece uma visão intrigante de como planetas como Júpiter podem ter surgido em outras partes do universo. [LiveScience]

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