Cientistas criam ratos mais inteligentes utilizando neurônios humanos

Por , em 11.03.2013

Introduzindo células humanas no cérebro de ratos, cientistas conseguiram elevar consideravelmente a inteligência dos animais – que podem não chegar ao ponto de criar planos para dominar o mundo, mas com certeza são mais espertos do que seus “colegas”.

Para isso, o grupo de pesquisadores usou células da glia (um dos tipos mais abundantes no cérebro, essas células desempenham diversos papéis, como fornecer nutrientes ao sistema nervoso e melhorar a eficiência de circuitos neurais) humanas cultivadas. É importante notar que células da glia não são uma exclusividade humana e estão presentes em diversos outros animais (inclusive ratos), embora com algumas diferenças.

“Células da glia humanas são maiores e têm mais fibras do que as de outras espécies, e como resultado cada uma controla mais sinapses [conexões] neurais em seu domínio geográfico”, explicou o pesquisador Steve Goldman, do Centro Médico da Universidade de Rochester (EUA). “Além disso, células humanas secretam mais neuromoduladores e citocinas, que regulam a atividade das sinapses”.

Parte rato, parte humano

Usando um instrumento de alta precisão, os cientistas introduziram 100 mil células gliais humanas em cada hemisfério cerebral (mais especificamente na parte frontal do cérebro) de ratos jovens, que, quando se tornaram adultos, apresentaram uma glia em grande parte “humana”.

Nessa fase, eles passaram por quatro testes cognitivos. “Os ratos modificados adquiriram novas associações condicionais e aprenderam tarefas significativamente mais rápido do que os demais”, contou Goldman. Eles navegaram com mais facilidade por labirintos, apresentaram uma melhor memória de localização de objetos e foram capazes de reconhecer situações perigosas/alarmantes mais facilmente.

“Esses resultados indicam que a glia humana aperfeiçoa de modo diferenciado tanto o aprendizado como a plasticidade dependente de atividades em ratos”, escrevem os autores do estudo, em artigo publicado no periódico Cell Stem Cell.

Agora, cientistas contam com mais ferramentas para estudar o desempenho das células da glia de pacientes com doenças neurológicas (como doença de Huntington e doença de Alzheimer) e buscar formas de reverter seus danos.[io9, Cell Stem Cell]

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