10 descobertas interessantes feitas por mergulhadores

Por , em 29.07.2019

O oceano é quase como um planeta desconhecido para nós, que vivemos aqui na superfície terrestre. Por isso, não deve surpreender a ninguém as descobertas fascinantes que já foram feitas por mergulhadores. Confira:

10. Comportamento de alimentação de lesmas-do-mar

O mergulhador Emeric Benhalassa conseguiu fazer uma filmagem rara de uma criatura que mais parece uma bolha com pernas, o nudibrânquio Melibe viridis, em um local próximo à Bali, na Indonésia.

Enquanto os cientistas já sabiam da existência desse animal, não conheciam quase nada sobre seus hábitos alimentares. O vídeo de Benhalassa, no entanto, capturou a lesma-do-mar durante um inesperado almoço.

Esses animais podem variar em cor de verde à amarelo escuro, são do tamanho de uma mão humana e possuem corpos alongados com apêndices que parecem pernas, além de uma cabeça que lembra uma bexiga que se enche.

Com visão muito ruim, as lesmas-do-mar usam suas cabeças como uma “rede de pesca” para capturar comida no chão do oceano. Sensores ajudam os animais a detectar pequenas presas, como caranguejos, e a cabeça-bolha “prende” a vítima para ser engolida.

9. Uma água-viva do tamanho de um ser humano

A bióloga Lizzie Daly e o cinegrafista subaquático Dan Abbott também fizeram um registro raro, desta vez na costa de Cornwall, no Reino Unido.

Durante um mergulho, eles se depararam com uma água-viva gigante, do tamanho de um ser humano, da espécie Rhizostoma pulmo.

É um animal difícil de se encontrar em seu habitat natural, mais conhecido pelos cientistas por conta de espécimes que ficam encalhados ocasionalmente nas praias ingleses – por isso a filmagem se tornou tão especial.

8. Rêmora tentando se agarrar à mergulhador

Dois mergulhadores estavam explorando a costa do Egito quando um deles ganhou uma companhia inesperada: uma rêmora tentando se agarrar a seu traje.

Esses animais de até 90 centímetros possuem um órgão de sucção que serve para se anexem a um hospedeiro. Os peixes fazem isso para poderem se alimentar dos restos do almoço de seus anfitriões. Por esse motivo, normalmente acompanham tubarões.

O incidente capturado em câmera em 2017 não é o único conhecido de uma rêmora tentando se fixar em uma pessoa. O biólogo Enric Sala já viu outros casos, sendo que um deles ocorreu com ele próprio em 2009.

7. Floresta de 10.000 anos debaixo d’água

Em 2015, o mergulhador Dawn Watson fez uma descoberta inesperada ao ser empurrado para longe de seu caminho por uma correnteza: uma floresta de enormes árvores de carvalho debaixo d’água.

As árvores tinham 10.000 anos de idade. No passado, cobriam milhares de acres de uma porção de terra continental que ligava a Europa à Grã-Bretanha, chamada de Doggerland.

Artefatos descobertos no local sugerem que a região era habitada por caçadores-coletores do período pré-histórico Mesolítico, e a floresta provavelmente oferecia diversas oportunidades de comida (tanto caça de animais quanto coleta de frutos e outros alimentos).

Hoje em dia, também é um oásis de alimentação, mas para a vida marinha.

6. Mergulhador salva um perigoso peixe-balão-espinhoso

O peixe que você no vídeo acima é um peixe-balão-espinhoso, frequentemente confundido com um baiacu. Isso porque eles têm diversas características em comum: seus corpos incham como um balão, eles possuem espinhos por todo o corpo e são capazes de soltar uma toxina muito perigosa, a tetrodotoxina, 1.200 vezes mais letal que cianeto.

Por todos os motivos listados acima, não é uma boa ideia tentar encostar em um peixe-balão-espinhoso. O resultado pode ser extremamente devastador. O YouTuber Kye Bolen não se deixou abalar, no entanto, quando encontrou uma dessas criaturas espetada por um anzol.

Ele tentou remover o gancho cuidadosamente. Os puxões fizeram a criatura inchar, embora não totalmente – talvez tenha entendido que estava sendo ajudado. Bolen conseguiu segurar sua cabeça e evitar os espinhos até liberá-lo de volta para o seu habitat natural. Um belo (e corajoso) gesto.

5. Ninho de ovos de uma lula-diamante

Em 2017, um mergulhador encontrou uma criatura fascinante: parecia um tubo translúcido, brilhante e enorme. O que poderia ser?

Segundo os biólogos, provavelmente um ninho cheio de ovos de lula, produzidos talvez pela misteriosa Thysanoteuthis rhombus, conhecida em inglês como “lula-diamante”.

Essas criaturas monogâmicas passam a vida toda – cerca de um ano – com seus parceiros e soltam larvas brilhantes no oceano. O brilho pode vir de células de pigmento vermelhas e amarelas nos animais.

4. Mergulhadores salvam tubarão-baleia

Em 2018, mergulhadores alertam o Departamento de Terra e Recursos Naturais do Havaí sobre um tubarão-baleia que estava em perigo enrolado em uma corda. Esses animais são os maiores peixes conhecidos e estão ameaçados de extinção.

Mais tarde naquele ano, uma família se deparou com um tubarão-baleia fêmea próxima à ilha de Lanai. Embora fossem experientes, nunca haviam encontrado tal criatura rara.

Eles perceberam que o tubarão tinha ferimentos por conta de uma corda, e o pai conseguiu fazer uma série de mergulhos livres de dois minutos a 18 metros de profundidade para liberar o animal.

Embora tubarões-baleia costumem fugir ao sinal de menor toque, a fêmea permitiu que o homem a ajudasse por cerca de meia hora. Outro belo e corajoso exemplo de seres humanos sendo empáticos com a vida marinha.

3. Encontro intrigante com uma baleia-jubarte

Em 2018, a bióloga marinha Nan Hauser teve um encontro bizarro com uma baleia-jubarte nas Ilhas Cook, na costa da Nova Zelândia. Esses animais são conhecidos como gigantes gentis, e os 28 anos de experiência de Hauser pareciam confirmar isso.

Neste dia, no entanto, a baleia agiu curiosamente, de modo aparentemente agressivo, empurrando a bióloga e chegando a projetá-la para fora d’água. O animal não utilizou força brutal, mas a desvantagem do tamanho – estamos falando de uma baleia que pesa 22.700 quilos – tornou a interação potencialmente fatal para Hauser.

Mais tarde, de volta em seu barco, Hauser percebeu que a situação era mais complicada do que ela imaginava: nas proximidades dela e da baleia, havia um tubarão-tigre de 4,6 metros e uma segunda jubarte.

Esses animais já foram registrados salvando focas e filhotes de orcas, por exemplo. Caso tenha sido um incidente semelhante, essa foi a primeira vez que uma jubarte decidiu proteger um ser humano.

2. Rastreando um tubarão-albafar

https://www.youtube.com/watch?v=Y6Ke9BQF1ao

O tubarão-albafar é uma criatura fascinante: podendo chegar a 8 metros, este gigante vive a grandes profundidades e é um ancião de dar inveja. A espécie possui nada menos do que 200 milhões de anos, tentando sobrevivido a diversos eventos de extinção, inclusive aquele que matou o maior tubarão que já existiu, o megalodonte.

Os cientistas queriam muito estudar esse animal, mas a tarefa não era das mais fáceis. Em 2019, eles desceram a profundezas de 990 metros com um submersível e tiraram a sorte grande: se depararam com uma fêmea de 4,9 metros. Ela ficou um pouco agressiva, no entanto, e destruiu a isca que os pesquisadores lhe lançaram.

Mais tarde no mesmo dia, com a sorte ainda de seu lado, os cientistas conseguiram encontrar outro tubarão-albafar, desta vez um macho, e ele se tornou o primeiro animal a ganhar uma etiqueta de rastreamento a partir de um submarino.

1. O rio venenoso do Cenote Angelita

O Cenote Angelita fica na Península do Yucatán, no México. De cima, parece uma piscina de água doce. Embaixo, no entanto, há um rio submerso secreto que é provavelmente a formação mais inusitada de seu tipo.

Esse rio possui uma quantidade elevada de sulfeto de hidrogênio. Logo, tem uma turvação mais evidente, destacando-o da água doce acima. Mergulhadores podem nadar ao longo dele, com árvores caídas e folhas nos dois lados das “margens”, mas a paisagem surreal não é das mais seguras.

Alguns aventureiros que ousam adentrar a névoa podem entrar em pânico, uma vez que o sulfeto de hidrogênio puro é extremamente desorientador. Se inalado, o gás é fatal.

Esse fenômeno é chamado de haloclina, uma camada onde se observa um gradiente vertical de salinidade em um corpo aquático. Cenotes têm água do mar e água doce. O “rio” se forma quando elas se encontram e não se misturam completamente devido às diferenças de densidade. As partes que se fundem formam a haloclina. [Listverse]

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