Pela primeira vez, astrônomos identificam estrelas atirando cometas na Terra

Por , em 19.12.2019

Um novo estudo da Universidade Adam Mickiewicz (Polônia) descobriu que duas estrelas podem ter “capturado” e lançado cometas em direção à Terra.

Nuvem de Oort

Na extremidade do sistema solar, fica uma região conhecida como Nuvem de Oort. A teoria dos astrônomos é de que os objetos que compõe a nuvem tenham se formado nos primeiros estágios do desenvolvimento do sistema solar.

A região abriga diversos cometas que possuem órbitas longas em volta do sol, como o Hale-Bopp, que leva 2.500 anos para fazer o trajeto completo.

Desde a década de 1950, quando Jan Oort propôs a existência da nuvem, os pesquisadores suspeitam que estrelas possam passar por essa área e “capturar” alguns desses cometas, lançando-os em seguida pelo céu, às vezes em direção à Terra, de onde podemos enxergá-los.

O estudo

Para descobrir se isso podia mesmo acontecer, os astrônomos poloneses calcularam a trajetória de 650 estrelas e as compararam com a órbita de 270 cometas de longa distância.

Em seguida, criaram modelos de pares estrela-cometa para tentar entender como seria sua história juntos. O próximo passo foi retirar a estrela da equação para ver como isso alteraria o caminho do cometa.

Se a órbita fosse de fato significativamente alterada, os astrônomos saberiam que as estrelas haviam “tocado” os cometas. Os astrônomos descobriram dois desses casos.

Apesar disso, eles concluíram que o mecanismo proposto por Oort não é suficiente para gerar todos os cometas que observamos – assim, é provável que a força gravitacional coletiva de estrelas mais distantes também possa impulsionar cometas em órbitas de longo período.

“Eu acho que, em geral, é difícil associar um cometa em particular a uma estrela em particular. Também devemos considerar a contribuição potencial do fundo galáctico, que é essencialmente a influência de todas as outras estrelas muito mais distantes, mas também muito mais numerosas da galáxia”, disse o astrônomo Coryn Bailer-Jones, do Instituto de Astronomia Max Planck (Alemanha), que não participou do estudo.

Próximos passos

Os astrônomos têm esperanças de que novos dados de pesquisa estelar possam esclarecer mais sobre as interações entre estrelas e cometas.

Um artigo sobre a pesquisa foi publicado na revista científica Monthly Notices of the Royal Astronomical Society. [LiveScience]

1 comentário

  • Cesar Grossmann:

    Perto do Sol neste caso é menos de 4 parsecs. Ou 13 anos-luz. Vizinhança agitada!

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