10 superpoderes humanos

Por , em 29.11.2018

Com tantos super-heróis que vemos nos quadrinhos, na televisão ou no cinema, o corpo humano parece ser básico demais. Não conseguimos escalar paredes com a facilidade de uma aranha ou nos regenerar imediatamente. Até mesmo quando comparado com outros animais, que possuem poderes incríveis, nosso corpo pode parecer desprovido de habilidades mais notáveis. Mas isso é só uma impressão.

Apesar de não podermos voar ou não termos um mecanismo para nos mantermos vivos debaixo d’água, estamos lentamente percebendo, com a ajuda da ciência, que os seres humanos podem fazer muitas coisas impressionantes, coisas que podem ser chamadas de superpoderes, muito em função da complexidade e desenvolvimento de nossos grandes cérebros.

A lista abaixo, criada pelo site Listverse, mostra 10 destes superpoderes que você não fazia ideia que nós tínhamos.

10. Bioluminescência

Segundo pesquisas recentes, assim como muitas criaturas oceânicas e alguns outros mamíferos, seres humanos produzem seu próprio tipo de luz. Nós não sabíamos disso até agora porque a nossa bioluminescência está fora do alcance dos nossos olhos. Em um experimento, os pesquisadores conectaram cinco voluntários e monitoraram suas emissões de luz por 20 minutos a cada três horas.

Para sua surpresa, eles descobriram que o corpo humano constantemente emite um brilho que não fazíamos ideia. Este brilho, que não deve ser confundido com emissões de calor, é mais brilhante em torno da cabeça e mais escuro à noite. Os cientistas não sabem exatamente o que causa isso, mas uma teoria é que a bioluminescência humana seja “o resultado de radicais livres altamente reativos produzidos através da respiração celular interagindo com lipídios e proteínas flutuantes”, de acordo cm matéria publicada na época no jornal The Guardian.

Essas moléculas excitadas podem interagir com fluoróforos, que podem emitir um fóton, o que nos faria brilhar. A equipe acredita que as cabeças dos participantes brilharam mais porque essa parte do corpo geralmente vê mais luz solar, afetando a melanina dentro da pele e provocando a reação de iluminação melhor do que outras áreas.

9. Ouvir a temperatura

Nossa pele é amplamente equipada para distinguir mudanças de temperatura. Juntamente com nossas bocas e outros órgãos, tudo se junta para nos certificarmos de que não engolimos acidentalmente algum alimento muito quente, mas isso tudo está relacionado ao tato.

O que você não sabia é que outros sentidos do corpo humano também conseguem distinguir a temperatura. Um estudo realizado por uma agência de design de som aponta que podemos “ouvir” frio e calor. Os pesquisadores fizeram os participantes ouvirem o som da água quente e fria derramada em um copo e pediram que eles distinguissem uma da outra. Surpreendentemente, impressionantes 96% dos entrevistados conseguiram fazer isso, e os pesquisadores não sabem por quê.

Alguns teorizam que pode ser devido à água fria ser mais viscosa e nosso corpo ter desenvolvido um senso de reconhecimento ao longo do tempo. Mas por que desenvolveríamos uma habilidade como essa continua sendo um mistério.

8. Gaydar

O mítico gaydar, a capacidade de dizer se uma pessoa é gay ou não sem nenhuma prova concreta ou indício mais forte, é um tópico não só popular em conversas de bar, mas também em salas cheias de cientistas comportamentais. A discussão sobre se seres humanos possuem o poder de detectar a orientação sexual de alguém foi levada a sério por alguns cientistas, e parece que a resposta é mesmo sim.

Os estudos realizados a respeito do tema foram em grande quantidade e bastante decisivos, provando que todos nós nascemos com a capacidade de identificar orientação sexual por meio de várias pistas – e a principal delas está literalmente na cara: a estrutura facial é a maior pista sobre a orientação sexual.

Em um estudo, os participantes viram fotografias de 45 homens gays e 45 homens heterossexuais. Absolutamente todos os participantes foram capazes de prever com precisão quais eram os homossexuais, mesmo quando as fotografias eram exibidas por apenas 50 milissegundos.

Em outro estudo, os pesquisadores descobriram que somos ainda melhores em determinar a orientação sexual das mulheres a partir de suas fotografias. Havia menos “alarmes falsos” na avaliação da orientação delas do que deles.

7. Força sobre-humana

Os limites da força física humana vão muito além do que pensamos ou do que podemos fazer no dia a dia. As pessoas são capazes de levantar carros e outros pesos aparentemente impossíveis em momentos de tensão, como quando um filho está em perigo, mas não conseguem repetir essas façanhas depois, quando tudo está calmo. Indivíduos comuns já foram capazes de fazer em um dia comum o que os detentores do Recorde Mundial do Guinness praticam anos e anos para fazer uma vez diante das câmeras.

Infelizmente, não sabemos exatamente o tipo de mecanismos que entram em ação quando a força sobre-humana é ativada, pois é difícil replicar essas situações em laboratório. Mas nós certamente registramos casos suficientes que provam que é uma super habilidade com a qual todos nascemos.

Uma matéria da rede BBC aponta alguns casos famosos: “em 2012, Lauren Kornacki, uma mulher de 22 anos em Glen Allen, Virginia, levantou um BMW 525i de cima de seu pai. Sete anos antes, um homem chamado Tom Boyle içou um Chevy Camaro, libertando um ciclista preso em Tucson, Arizona. Os eventos nem sempre envolvem veículos, como quando Lydia Angyiou enfrentou um urso polar no norte de Quebec para proteger seu filho e seus amigos enquanto eles jogavam hóquei”, lista o texto.

Na mesma matéria, especialistas falam sobre a superforça nestes momentos e tentam dar uma explicação. Segundo eles, nós não usamos nossa capacidade muscular no dia a dia: “Seus músculos são normalmente ativados de uma maneira muito eficiente. Por que usar toda a massa muscular para levantar uma xícara de café?”, questiona na matéria Paul Zehr, professor de neurociência e cinesiologia na Universidade de Victoria, no Canadá.

“Quando precisamos arrastar o sofá pelas escadas, podemos simplesmente recrutar mais unidades motoras. No entanto, mesmo quando sentimos que estamos no limite, certamente não estamos. As estimativas variam, mas os pesquisadores identificaram a quantidade de massa muscular recrutada durante o exercício máximo em cerca de 60%. Até atletas de elite que treinaram para obter mais resultados de sua musculatura podem aproveitar apenas cerca de 80% de sua força teórica”, completa o texto.

6. Enxergar um único fóton

Assim como nossa força física, os limites dos nossos olhos também são desconhecidos. Embora saibamos que eles são capazes de perceber o mundo melhor do que a maioria das outras criaturas com visão, não sabemos exatamente tudo o que eles podem fazer.

Uma das maiores questões que os cientistas vêm levantando há algum tempo é exatamente quantos fótons o olho humano pode ver. Apesar de ser uma questão estranhamente específica, é difícil de responder.

Embora estudos prévios tenham sido feitos para avaliar os limites de detecção de fótons de nossos olhos, os resultados não são claros se o que se conseguiu foi apenas uma resposta do corpo ou um verdadeiro sinal visual transmitido ao cérebro. Em um estudo recente, no entanto, os pesquisadores descobriram que o olho humano pode detectar um único fóton de luz.

“Descobrimos que os humanos podem detectar um incidente com um único fóton na córnea com uma probabilidade significativamente acima do acaso. Isto foi conseguido através da implementação de uma combinação de um procedimento psicofísico com uma fonte de luz quântica que pode gerar estados de luz de fóton único. Descobrimos ainda que a probabilidade de relatar um único fóton é modulada pela presença de um fóton anterior, sugerindo um processo de preparação que aumenta temporariamente o ganho efetivo do sistema visual na escala de tempo de segundos”, relatam os pesquisadores no estudo de 2016.

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Descrevendo a percepção de um fóton como “quase um sentimento, no limiar da imaginação”, os pesquisadores dizem que isso poderia abrir o caminho para experimentos que possam responder, por exemplo, como isso se aplicará a fenômenos quânticos inexplicáveis ​​como o entrelaçamento quântico.

5. Detectar moléculas pelo toque

Embora não seja tão popular quanto a visão ou a audição, nosso tato também tem seus superpoderes. Para realmente determinar os seus limites, os cientistas fizeram um teste extremo: eles tentaram descobrir se as pessoas poderiam distinguir entre pedaços de silício com uma diferença de uma única camada de moléculas entre si no topo. Era uma diferença tão suave que determinar a diferença deveria ter sido impossível.

Mas não foi. Os pesquisadores ficaram surpresos ao descobrir que todas as 15 pessoas participantes conseguiam dizer a diferença 71% das vezes.

De acordo com os pesquisadores, os seres humanos podem sentir essas diferenças por causa de um fenômeno conhecido como stick-slip (“grudar-deslizar”, em tradução literal), o movimento repentino que ocorre quando dois objetos em repouso começam a deslizar um contra o outro. É ele o responsável pelo som emitido quando passamos o dedo pela borda de uma taça de vinho, o ranger de uma porta ou o barulho de um trem parando, já que cada uma das superfícies têm frequências de stick-slip diferente devido às moléculas que compõem a sua camada superior.

Os cientistas agora planejam implementar estas descobertas na tecnologia de próteses, o que significa que as próteses em breve podem ter tatos tão bons ou até melhores do que mãos reais.

4. Reconhecer um sorriso antes que ele esteja lá

O sorriso é parte essencial das relações humanas, mas também guarda seus segredos. Por exemplo, um sorriso nem sempre é uma resposta a algo engraçado, e pode até transmitir uma emoção melhor do que palavras às vezes. Ainda precisamos entender o que faz deles uma sugestão não-verbal tão crucial na interação cotidiana, especialmente o quão bem podemos diferenciar um sorriso falso de um genuíno.

Talvez a descoberta mais incrível a respeito dos sorrisos é que podemos detectar o tipo de sorriso antes mesmo dele acontecer. Os pesquisadores descobriram que temos a capacidade de antecipar um sorriso que se aproxima e combinar o nosso com ele em uma conversa do dia-a-dia. Além disso, podemos detectar se o sorriso é falso porque o nosso sorriso-resposta só é acionado se o sorriso for genuíno.

A equipe de pesquisadores da Universidade de Bangor, no Reino Unido, descobriu que pares de estranhos que se conheciam e trocavam sorrisos, quase sempre correspondiam ao tipo de sorriso que vinha do outro lado, genuíno ou educado – mas eles responderam muito mais rapidamente aos sorrisos genuínos de seus parceiros do que seus sorrisos educados, sugerindo que eles estavam antecipando os sorrisos genuínos.

3. Olfato tão bom quanto o de cães

Nosso olfato nunca foi considerado particularmente poderoso. Acredita-se que os cães e outros mamíferos sejam muito melhores detectando cheiros do que nós. Mas de acordo com John McGann, neurocientista da Universidade Rutgers, nos EUA, que passou 14 anos estudando o sistema olfativo humano, nosso olfato é tão poderoso quanto o de qualquer outro mamífero.

A noção de que o olfato humano não é tão bom veio de um estudo impreciso de 1979, que afirmava que o órgão humano para o olfato era menor do que o de outros mamíferos, como ratos e cachorros. Segundo este estudo, o bulbo olfatório – a região do cérebro que processa a detecção de odores – seria menor, em relação ao volume total do cérebro, em pessoas em comparação com cães e ratos.

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As descobertas de McGann provam que ele é, na verdade, muito maior do que pensávamos, surpreendentemente. McGann aponta que, em termos absolutos, o bulbo olfatório humano é maior do que em muitos mamíferos e uma pesquisa bibliográfica revelou que o número absoluto de neurônios olfatórios era muito maior do que se acreditava anteriormente, igualando-se ao de animais que costumamos achar que são melhores cheiradores do que nós.

Outros estudos também já haviam tentado desmistificar a suposta fraqueza do olfato humano. Um deles descobriu que os seres humanos são capazes de distinguir entre um trilhão de cheiros diferentes. Outro mostrou que as pessoas são surpreendentemente capazes de rastrear um cheiro em um campo de grama.

2. Detecção da ovulação feminina

Detectar as fases férteis dos ciclos menstruais das mulheres pode ser um superpoder estranho, mas não deixa de ser um superpoder. Os cientistas tentaram por muito tempo encontrar as pistas externas que as mulheres dão para mostrar que estão neste período do mês, mas então perceberam que não precisamos saber as pistas, pois o cérebro humano é capaz de detectá-las por conta própria.

Em um estudo, descobriu-se que as mulheres eram capazes de reconhecer outras mulheres em seus estágios de ovulação. Do ponto de vista evolutivo, este talento faz sentido, na medida em que nossas antepassadas poderiam saber de quais mulheres deveriam manter seus parceiros afastados.

Em outro estudo, os pesquisadores descobriram que os homens tendem a enxergar as mulheres ovulando como mais atraentes, indicando que a capacidade é inata na maioria de nós. Surpreendentemente, isso não era verdade para homens casados ​​ou comprometidos, um possível mecanismo evolutivo contra a traição.

1. Personalidade cheirosa

Calcular a personalidade de alguém em uma conversa e modular nossas respostas de acordo é algo que todos fazemos inconscientemente, mesmo que não percebamos isso. Muito disso é baseado em pistas visuais e auditivas, mas os pesquisadores ficaram surpresos ao descobrir que somos muito bons em cheirar a personalidade também, mudando completamente a forma como vemos as interações do dia-a-dia.

Em um estudo da Universidade de Wroclaw, na Polônia, pesquisadores descobriram que somos capazes de prever vários traços de personalidade – como extroversão, neuroticismo e dominância – apenas pelo odor corporal. A taxa de acerto foi tão boa quanto quando os participantes mostraram sinais visuais, especialmente para dominância naqueles do sexo oposto.

Os pesquisadores não entendem bem como isso funciona. No entanto, este estudo foi o primeiro de muitos que estão sendo feitos para entender os vários traços de personalidade que o nosso odor carrega e respostas mais profundas provavelmente estão a caminho. [Listverse]

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