Cientista patenteia vacina contra resfriado

Por , em 11.01.2017

O resfriado comum é um inimigo e tanto. Por anos, pareceu completamente fora de nosso alcance derrotá-lo. Finalmente, no entanto, temos uma esperança.

O cientista austríaco Rudolf Valenta, especialista em alergia na Universidade Médica de Viena, acaba de registrar uma patente para uma vacina contra o resfriado. Ela poderia estar no mercado em menos de uma década.

A meta

O pedido de patente de forma alguma garante que esse é o candidato mais viável para uma vacina contra o resfriado.

Apenas significa que Valenta, que investiga medidas preventivas para sintomas de resfriado e alergia há décadas, está confiante de que encontrou uma maneira de bloquear o notório rinovírus humano para sempre.

A tecnologia não é revolucionária – na verdade, é baseada em um princípio há muito estabelecido, de fazer o sistema imunológico do corpo reajustar a sua resposta ao vírus.

A chave é fazer com que organismo mude a forma como ataca uma infecção por rinovírus – a causa predominante do resfriado comum.

O método

Em vez de o sistema imunológico tentar entrar – e falhar – no centro do vírus como de costume, a vacina direciona a resposta imune para sua casca exterior.

Valenta diz que isto aborda o maior desafio quando se trata de curar ou prevenir a propagação do resfriado comum – a incrível variedade das 99 cepas conhecidas de rinovírus humano.

“Nós pegamos pedaços da casca do rinovírus, as peças certas, e anexamos a uma proteína transportadora. É um princípio muito antigo, reorientar a resposta de anticorpos”, disse Valenta ao jornal The Independent. “A diversidade [de estirpes de rinovírus] é menos um problema do que conseguir atingir o ponto certo do vírus”.

A vacina

A vacina foi desenvolvida por Valenta com a ajuda de mais 12 pesquisadores da Áustria. Ela baseia-se em parte em pesquisas realizadas no Hospital Geral de Viena em 2012, onde Valenta e seus colegas examinaram 59 pacientes jovens e sua resposta ao rinovírus.

Uma das principais descobertas deste estudo foi que o sistema imunológico do corpo tenta neutralizar o vírus através da ligação de anticorpos a uma parte do vírus que se torna exposta uma vez que sua casca externa se desgasta.

Quando os anticorpos se ligam a um vírus, as áreas a que se ligam são chamadas de epítopos, e os pesquisadores descobriram que o epítopo particular que os anticorpos insistiram em se ligar ao rinovírus era ineficaz.

“Com base em nossos resultados, deve ser possível desenvolver vacinas que permitam o redirecionamento de respostas de anticorpos contra os epítopos certos para tratar doenças como o resfriado comum, exacerbações de asma e doença pulmonar obstrutiva crônica”, disse Valenta.

Financiamento

Isso não acontecerá tão já, entretanto. Vamos ter que esperar para ver o que será deste pedido de patente e da tecnologia que ela protege.

Valenta se mostrou positivo quanto aos primeiros resultados, dizendo que os pesquisadores já viram uma inibição muito boa da doença.

“Se obtivermos estudos clínicos financiados, podemos ter uma vacina comercial daqui a seis a oito anos”, afirmou. [ScienceAlert]

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