Espiritualidade, não religião, é chave para a felicidade infantil

Por , em 8.01.2009

Já descobrimos que os homens são mais infelizes na internet e que a TV deixa todo mundo infeliz, mas para que as crianças sejam mais felizes temos que encorajá-las de desenvolver um forte senso de valor pessoal, de acordo com uma pesquisa realizada pela Universida de da Colúmbia Britânica, no Canadá.

O estudo mostrou que crianças entre 8 e 12 anos que sentem que sua vida tem sentido e valor, e que desenvolvem relações profundas e de qualidade – ambas medidas de espiritualidade – são mais felizes. Parece, no entanto, que as práticas religiosas tiveram pouco efeito em sua felicidade. Estas descobertas foram publicadas na revista científica Springer’s Journal of Happiness Studies.

A espiritualidade é definida como um sentido interno no qual uma pessoa se apóia para ganhar força e conforto, enquanto a religiosidade conforma rituais, práticas e crenças religiosas institucionalizadas. Tanto a espiritualidade quanto a religiosidade já foram ligadas a maior felicidade em adultos e adolescentes, mas poucos estudos haviam sido realizados com crianças menores.

Um total de 320 crianças de escolas públicas e religiosas completaram questionários sobre a própria felicidade, espiritualidade, religiosidade e temperamento. Os pais também responderam sobre a felicidade e temperamento de seus filhos.

As crianças que disseram serem mais espirituais eram mais felizes. Valores pessoais e relações profundas e de qualidade com outras pessoas foram aspectos importante para determinar o nível de felicidade. A espiritualidade foi responsável por 27% das diferenças nos níveis de felicidade entre as crianças.

O temperamento também é um fator importante para prever a felicidade. Crianças mais felizes eram mais sociáveis e menos tímidas. A relação entre espiritualidade e felicidade permaneceu forte mesmo quando os pesquisadores levaram em conta o temperamento das crianças.

No entanto as práticas religiosas, incluindo visitas a igreja, reza e meditação, tiveram pouco efeito na felicidade das crianças.

Aumentar o valor pessoal pode ser um fator chave na relação entre a espiritualidade e a felicidade”, de acordo com os autores. Eles sugerem que estratégias que focam em um aumento do valor pessoal nas crianças como expressar carinho aos outros e lembrar destes atos de bondade, assim como atos voluntários e de altruísmo, podem ajudar a tornar uma criança mais feliz. [Science Daily]

3 comentários

  • robertflier:

    cOLEGA, É DIFÍCIL SABER qual é a versão que se aproxima da mais acertada em relação a bíblia. Veja a palavra “deixar”; pode ter vários significados. O mesmo aconteceu com a bíblia: do hebráico para o grego, para o latim, para o alemão, para o português e haja tradutores! Só sei de uma coisa: Prolonguemos nossos dias aqui neste mundo sem criar desafetos por motivos religiosos e viva como Jesus mostrou: sem discriminar nem atirar pedras em alguém. Despregue-se de religião e pense indepentemente.

  • Rodolfo Lopes:

    “…é provavelmente muito mais importante que ensinar matemática, geografia ou biologia…”

    quanta asneira…

  • André:

    Os pais podem ter uma espiritualidade desenvolvida, e então passar para os filhos pela convivência. Só o fato da espiritualidade dos pais serem maiores, já torna as crianças mais felizes, pois serão pais mais carinhosos, afetuosos, atenciosos e compreensivos, que darão estímulo à independência dos filhos e não serão superprotetores.

    Entretanto, isso não é a realidade na maioria dos casos.

    Precisamos buscar soluções para ajudar a desenvolver a espiritualidade da criança e do jovem, dentro de uma escola laica e necessariamente sem o ensino religioso. Um ensino espiritual, ou seja, de valores internos, autoconfiança, sociabilidade, generosidade, concentração, foco, etc., é provavelmente muito mais importante que ensinar matemática, geografia ou biologia, não que estes sejam desnecessários, mas é aquele que permitirá que a criança aprenda as coisas com propriedade e as use de maneira a fazer o bem.

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