Vídeo: comercial incrível encoraja garotas a se tornarem engenheiras, destruindo “estereótipos cor-de-rosa”

Por , em 7.12.2013

A GoldieBlox, empresa norte-americana de brinquedos infantis, lançou uma criativa campanha publicitária que chamou atenção pelo roteiro bem elaborado.

O objetivo da propaganda é vender uma linha de produtos que incentiva garotas a serem engenheiras.

O vídeo (com legenda em português) começa com três meninas entediadas assistindo um programa tipicamente feminino. Logo, elas partem para uma atividade que realmente lhes interessa: constroem um complexo sistema, que joga todos os brinquedos “de princesa” que elas têm para o ar. O comercial brinca com vários clichês femininos, como a cor rosa e bonecas, mostrando que meninas podem ter outros gostos.

O mais impressionante do comercial, no entanto, não é o sistema engenhoso criado pelas meninas, mas a música que elas cantam. Os versos chocam até mesmo adultos, com informações do tipo: “Vocês gostam de nos comprar brinquedos cor-de-rosa, e todo o resto são para meninos”, “Todos os nossos brinquedos parecem os mesmos e nós gostaríamos de usar nossos cérebros. Somos mais do que princesas donas de casa”, e “Vocês acham que podem sempre nos dar bonecas, e vamos crescer como eles [os meninos], FALSO!”.

Fica evidente que, no mundo de hoje, se meninas forem tratadas de maneira tão diferente dos homens desde criança, NÃO crescerão como eles. O que deveria ser uma conclusão básica, mas ainda não é, para a maioria da sociedade.

Quem nunca ouviu falar que “mulher não é boa em matemática” que atire a primeira pedra. Essa “afirmação”, que parece corroborada pelo fracasso feminino nas escolas de ensino fundamental e médio, é uma grande mentira, em parte cultivada por professores de matemática, que têm um viés de gênero.

Uma pesquisa mostrou que os professores claramente tendem a classificar meninas brancas com habilidades matemáticas inferiores aos alunos brancos, mesmo quando as notas e resultados de testes das meninas são comparáveis aos dos meninos.

Também, um estudo da Universidade de Chicago mostrou que professoras do ensino fundamental que ficam nervosas ensinando matemática passam esse medo para suas alunas. Os pesquisadores perceberam que as notas dos meninos não são afetadas pelo quanto a professora se sentia desconfortável ensinando a matéria. Já o caso das meninas foi o contrário.

Ainda, pesquisadores da Universidade Stanford indicam que a falta de confiança pode estar afastando as mulheres dos cursos de engenharia. Elas não são tão propensas quanto os homens a seguirem essa carreira porque não estão seguras da sua capacidade de se tornarem engenheiras profissionais.

Outro estudo que seguiu a mesma linha sugeriu que mulheres ainda ficam atrás dos homens nos campos das ciências exatas, tecnologia, engenharia e matemática por conta do elemento psicológico. Segundo os cientistas, o estereótipo de que os homens são melhores do que as mulheres em matemática e ciência pode exercer pressão sobre as mulheres que se preocupam se o estereótipo aplica-se a elas.

Eis por que a mensagem dessa propaganda é tão importante. Nem todas as meninas vão ser boas em matemática quando crescerem (eu mesma sou uma negação e preciso pensar por 30 segundos inteiros antes de responder quanto é 2 + 2), mas ser estimulada desde criança não vai atrapalhar, muito pelo contrário, vai incentivá-la e mostrá-la que ela pode fazer o que sonha, porque é capaz. Mulheres e homens sempre vão se diferenciar em diversos aspectos, mas não podemos deixar a sociedade garantir que elas sempre falhem em alguns. [BrasilPoder]

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