10 organismos unicelulares gigantes, o número 1 é um DESASTRE ECOLÓGICO

Por , em 27.07.2016

Quando se fala em “organismo unicelular”, o que vem à mente são animais microscópicos, e tem uma boa razão para isso, a grande maioria dos organismos unicelulares não ficam maiores que um décimo de milímetro.

Por que não crescem mais? Existem vários motivos para isso, a integridade estrutural é mais difícil de manter quando o organismo é maior, e o transporte de alimento e dejetos é mais complicado para organismos maiores. Na maioria dos casos não há vantagem evolutiva em ser maior.

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Com isso, a maioria dos micróbios permanece microscópico, mas ainda assim, no vasto e diversificado mundo microbiano, existem algumas exceções, animais unicelulares que não são microscópicos.

10. Stentor

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Crescendo até 2 mm, este protozoário de água doce que se parece com uma tromba pode ser visto a olho nu, e é bem conhecido entre os entusiastas de micróbios por causa do seu tamanho.

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Você pode não se impressionar com o tamanho de 2mm, até lembrar que existem muitos invertebrados multicelulares que não chegam a este tamanho.

Qual o segredo para ficar tão grande? O Stentor tem vários fatores, um deles é que ele tem vários núcleos, aquela parte da célula onde fica o DNA e que funciona como centro de controle.

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Esta característica, que parece facilitar o controle da célula maior, também está presente em outros dos micróbios desta lista. No caso do Stentor, há um único macronúcleo grande e em forma de um cordão, e que controla as funções regulares, e um monte de micronúcleos que controlam a reprodução.

O Stentor é o que os biólogos chamam de um ciliado, já que está coberto de “pelinhos”, os cílios. Eles servem para nadar e também para criar um fluxo de água que carrega alimentos para a “boca”, permitindo que ele coma inclusive pequenas pulgas d’água. Ele não só é maior que vários seres multicelulares, ele até os come ocasionalmente.

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9. Spirostomum

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O Spirostomum cresce até 4 mm, fazendo o Stentor, “aparentado” dele, parecer um anão. Encontrado em água doce e salgada, este ciliado muitas vezes é confundido com um verme, mas um exame ao microscópio corrige este erro.

Apesar do comprimento, ele é notável pela sua agilidade. Se incomodado, ele pode encolher a um quarto do seu tamanho original em menos de um centésimo de segundo, a maior contração celular conhecida.

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Da mesma forma que o Stentor, o Spirostomum é um ciliado, com seus cilia arranjado em formação espiral, servindo para propelir o mesmo e arrastar bactérias para a “boca” ao longo do lado do corpo. Ele também tem um macronúcleo e múltiplos micronúcleos menores.

Mas, diferente do Stentor, o Spirostomum se alimenta principalmente de bactérias.

8. Chaos Carolinensis

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Pensa numa ameba e depois aumenta o tamanho dela até o tamanho de uma semente de gergelim, e você tem o Chaos carolinensis. Apesar de ter um tamanho que muda com a forma, os maiores indivíduos chegam a 5 mm de comprimento. Tão grande que colocar uma lâmina sobre ele no microscópio pode machucá-lo.

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Apesar de seu tamanho, eles se comportam do mesmo jeito que as amebas, usando seus pseudópodos (“falsos pés”) para se deslocar e se alimentar. Quando encontra uma presa, o C. carolinensis envolve a mesma com os pseudópodos, absorvendo-a. No processo, ela cria um vacúolo temporário, onde a presa é digerida viva, os restos sendo expelidos mais tarde.  O C. carolinensis se alimenta de outros micróbios e pequenos invertebrados como pulgas d’água e rotíferos, se alimentando até estar pronto para reproduzir.

Como o Stentor e o Spirostomum, o C. carolinensis possui múltiplos núcleos que não estão organizados ou separados como os outros. Um único núcleo não poderia controlar uma célula assim grande, e o C. carolinensis pode ter até 1.000 núcleos.

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Logo depois de sua descoberta, o nome a dar ao C. carolinensis foi motivo de controvérsia, já que os cientistas não concordavam sobre como classificar o mesmo. Por esta razão, livros e artigos mais antigos se referem a ele com uma variedade de nomes, como Pelomyxa carolinensisChaos chaos. Alguns escritores simplesmente desistiram de dar um nome e se referiam a ele como “a ameba gigante”.

7. Gromia Sphaerica

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Foi uma surpresa quando os pesquisadores da Universidade do Texas encontraram este ser no fundo do mar nas Bahamas. As estranhas bolas pareciam imóveis, mas elas claramente haviam deixado rastros na areia do fundo. As primeiras hipóteses para o que seria aquilo iam desde um novo tipo de lesma do mar à matéria fecal com uma forma estranha, mas um exame cuidadoso mostrou que a realidade era até mais estranha, já que revelou se tratar de um protista esférico com 3 cm de diâmetro, que estava rolando pelo fundo a uma velocidade comparável à das geleiras.

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A Gromia sphaerica, ou Gromia das Bahamas, é o que os biólogos chamam de bactéria testácea, ou seja, que possui uma concha porosa e macia chamada de testa. Para se mover elas emitem minúsculos pseudópodos pelos poros da testa e se agarram no solo marinho, rolando e comendo matéria orgânica nos sedimentos enquanto fazem isso.

A descoberta deste protista gigante teve implicações dramáticas na cronologia da evolução. A evidência conclusiva mais antiga de vida multicelular é de 580 milhões de anos atrás, mas a descoberta de rastros fossilizados de 1,8 bilhões de anos levou alguns autores a achar que a mesma havia surgido bem antes, alegando que não tinha como um micróbio fazer as trilhas.

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Com a descoberta da G. sphaerica, os cientistas perceberam que os rastros fossilizados se pareciam com os rastros produzidos pela mesma, indicando que poderia ter sido feita por um ancestral. Com isso, a origem mais antiga da vida multicelular se tornou mais improvável.

Infelizmente, pouco se sabe sobre estes protistas, já que é difícil obter exemplares vivos. Apesar de terem um tipo de concha, elas são muito moles e frágeis, sendo descritas pelos pesquisadores como mais macias que uma uva.

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6. Olho de Marinheiro

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A nossa primeira alga da lista, a Valonia ventricosa, ou olho de marinheiro, poderia encabeçar uma lista de algas unicelulares gigantes, crescendo até 4 cm de diâmetro ou até mais.

Este protista é encontrado em águas tropicais do mundo inteiro, e normalmente é de vida solitária, mas pode ser encontrado em pequenos agrupamentos. Os indivíduos menores tem uma cor verde translucente muito bonita, mas os mais velhos geralmente estão incrustados de pequenas algas e animais. Ou seja, ela é tão grande que algumas formas de vida multicelulares vivem nela.

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Apesar de alguns admirarem esta alga pela aparência exótica, e biologia peculiar, os aquaristas as detestam, já que se forem introduzidas acidentalmente em um tanque, elas acabam dominando o aquário e é difícil de se livrar dela. Nem pense em furar elas, é bem assim que elas se reproduzem.

5. Spiculosiphon Oceana

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Este estranho protozoário tem maravilhado os cientistas desde o momento que ele foi documentado pela primeira vez. Ele foi encontrado pela primeira vez em 2013, por mergulhadores em uma caverna submarina, na costa da Espanha, e inicialmente eles acharam que se tratava de uma esponja carnívora.

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Crescendo até os 5 centímetros, a Spiculosiphon oceana pertence a um grupo de amebas testáceas chamadas foraminíferas, mas ela não tem quase nada em comum com a outra ameba testácea, a Gromia sphaerica.

Este foraminífero se fixa em um lugar e se alimenta com seus pseudópodos, que se parecem com tentáculos, pelos poros de sua testa e então deixa que eles flutuem na água, agarrando e digerindo qualquer plâncton que caia na armadilha. Igual as esponjas carnívoras.

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Por ser um organismo unicelular com 5 centímetros de comprimento, a S. oceana foi eleita pelos cientistas uma das “top 10” novas espécies descobertas em 2013.

4. Acetabularia

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A Acetabulária, também chamada de taça de vinho das sereias, é uma alga em forma de cogumelo que cresce até 10 centímetros de comprimento, sendo encontrada em grupos, vivendo em águas rasas, onde há bastante pedras, e algumas vezes elas até cobrem como um tapete áreas enormes no fundo do mar.

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Uma das grandes diferenças da Acetabulária e os outros seres unicelulares desta lista é sua composição interna. Em vez de ter vários núcleos, a Acetabulária vive a maior parte de sua vida com um único núcleo gigantesco na base do seu “tronco”.

Quando ela vai se reproduzir o núcleo começa a se dividir, e cada núcleo-filho viaja até o topo da célula, onde ele forma numerosos cistos reprodutivos, parecidos com esporos, prontos para espalhar-se e dar origem a novas Acetabulária.

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Graças ao tamanho de sua célula e da existência de um único núcleo, a Acetabulária foi um elemento chave no desenvolvimento da biologia celular. Entre os anos 1930 e 1940, o cientista nazista Joachim Hammerling provou que o núcleo era o centro de controle da célula, enxertando as capas e núcleos de duas espécies de Acetabulária. Ele descobriu que a célula acabava tendo as características da espécie que doara o núcleo.

3. Syringammina Fragilissima

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O maior membro da classe dos Xenofióforos, conhecida por produzir unicelulares gigantes, esta criatura ameboide vive no fundo dos oceanos e pode crescer até 20 centímetros de diâmetro.

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Ela não produz sua própria testa, mas a constrói a partir de restos de microrganismos menores e esponjas, colando-os com uma excreção gosmenta, formando uma rede complexa de tubos delicados, que sevem de lar para esta ameba.

Infelizmente, conhecemos muito pouco sobre a Syringammina fragilissima, os cientistas suspeitam que ela se alimenta de bactérias, mas não sabem como. As hipóteses vão de alimentação por filtragem até a criação delas dentro de sua concha.

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Outro mistério é como a S. fragilissima se reproduz. Parte do problema para desvendar estes mistérios está no fato desta criatura viver em grandes profundezas, mas também tem a ver com a sua natureza extremamente delicada, como sugere o seu nome, que significa “cano de areia muito frágil”.

2. Bolor limoso plasmodial

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O bolor limoso plasmodial, também conhecida como mixomiceto, é uma categoria de vida unicelular que está no limite entre organismos individuais e grupos de indivíduos. Como todos os bolores limosos, elaecomeça sua vida como micróbios minúsculos, parecidos com amebas, mas, sob certas condições, alguma coisa muda.

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As células individuais se congregam e passam a combinar até que tenham se mesclado em um bolor limoso colossal. Apesar de ficarem pequenos para nossos padrões, mesmo nesta foma, alguns deles pode crescer para mais de um metro, se não mais.

E assim que estão vivendo como um único organismo, o bolor limoso começa a se arrastar pelo solo a uma velocidade de geleira glacial, consumindo qualquer comida ou bactéria azarada que estiver no seu caminho. Ele vai se movendo como uma gigantesca ameba e é capaz até de contornar obstáculos, e sentir as melhores fontes de alimento de longe. Esta fase dura até que ele tenha se alimentado o bastante. Então ele para de se mover, produz corpos frutificantes, e libera esporos para recomeçar o ciclo.

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Você poderia perguntar, se ele começa a partir de células individuais que se unem, será então que ele pode ser chamada tecnicamente de unicelular? A resposta é sim, os bolor limosos plasmodiais são realmente unicelulares. Diferente dos assim chamados “bolores limosos celulares”, nos quais as células mantém suas membranas individuais, as células do bolor limoso plasmodial se fundem completamente, dissolvendo suas membranas e se tornando uma única célula gigante com milhões de núcleos.

1. Caulerpa Taxifolia (Variante de Aquário)

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Esta alga celular é um gigante entre as algas unicelulares macroscópicas, os exemplares do Mediterrâneo chegando a medir até 3 metros. Ela é tão grande, com estrutura tão complexa, e tão parecida com uma coisa multicelular, que algumas fontes simplesmente esquecem de mencionar que se trata de uma única célula imensa, com incontáveis núcleos e outras partes flutuando jundo.

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A C. taxifolia não é nativa do Mediterrâneo, e no seu habitat natural, os trópicos, ela não chega a atingir o tamanho que atinge lá. O tamanho gigante que ela tem no Mediterrâneo é resultado da interferência humana.

Ela é atraente e fácil de cuidar, e nos anos 1970 um aquário alemão comprou algumas destas algas justamente por causa disso. A exposição da C. taxifolia a produtos químicos e radiação UV mutagênica permitiu que a equipe que cultivava a mesma nos aquários fizessem uma seleção artificial, privilegiando as algas mais fortes, com crescimento mais rápido, e, principalmente, mais adaptadas às águas frias. Em 1980, satisfeitos com seu trabalho, e generosamente distribuíram o produto final a outros aquários na Europa.

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Quatro anos mais tarde, o inevitável aconteceu. Algumas variantes de água fria “escaparam” de um aquário em Mônaco. Em alguns anos, ela tomou o Mediterrâneo. Comparada com sua ancestral, ela consegue sobreviver a poluição, e é capaz de se regenerar a partir de fragmentos tão pequenos quanto 1 centímetro. E também é tóxica. Tentativas de erradicação até agora falharam, e a única questão é como impedir que ela se espalhe ainda mais.

Por causa da devastação ecológica que ela trouxe, a C. taxifolia recebeu o apelido de “alga assassina”, e um logar na lista de 100 piores espécies invasivas do Global Invasive Species Specialist Group. De qualquer forma, aí você tem um organismo unicelular que é até maior que você. [Listverse]

6 comentários

  • Gabrielle Patrícia Vitória:

    Esse site virou pura propaganda e não tem referência.

  • Luis Henrique:

    Texto cheio de erros. Não existe “animal unicelular”. Protista, bactéria e animal são 3 reinos distintos. Imperdoável p/proposta do site.

  • Kevin Ferre:

    Esqueceu de mencionar os fungos macroscópicos com micélio cenocítico. Sem septos e núcleos percorrendo todo o organismo.

  • Binho Viana:

    Me bugou aqui, se são unicelulares, de que são feitas suas estruturas?

  • Newton Sanches:

    Aparentemente o Spiculosiphon virou uma bactéria por conta e risco do Cesar Grossmann.

    • Cesar Grossmann:

      Lapsus calami do editor. Corrigido (eu acho).

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